Papel da irisina na homeostase da glicose

A influência da irisina na homeostase da glicose tem despertado curiosidade, abrindo caminho para descobertas no campo da fisiologia e da medicina metabólica.

A irisina é um componente fascinante do corpo humano, muitas vezes referido como o “hormônio do exercício“. Este peptídeo tem despertado crescente interesse devido aos seus potenciais benefícios para a saúde e sua relação com a atividade física. Neste artigo, você vai ler:

O que é irisina

A irisina é um hormônio produzido pelo corpo durante a atividade física, especialmente durante exercícios aeróbicos.

Foi descoberta em 2012 por pesquisadores que procuravam entender os efeitos positivos do exercício no corpo humano. Ela é produzida nos músculos esqueléticos em resposta à contração muscular e é liberada na corrente sanguínea.

Seus efeitos no metabolismo, controle do peso e saúde mental destacam a importância de incorporar a atividade física regularmente em nossa rotina. 

Como a irisina funciona

Uma vez liberada na corrente sanguínea, a irisina desempenha diversos papéis no organismo.

Um de seus principais efeitos é estimular a conversão de gordura branca em gordura marrom, um tipo de gordura que queima calorias para gerar calor. Isso pode ter implicações significativas no controle do peso e na regulação do metabolismo.

Além disso, a irisina está associada a outros benefícios para a saúde, como a melhora da sensibilidade à insulina, o que pode ajudar na prevenção e no controle da diabetes tipo 2.

Estudos também sugerem que a irisina pode ter efeitos positivos no cérebro, promovendo a saúde mental e reduzindo o risco de doenças neurodegenerativas.

O que é glicose

A glicose é um tipo de açúcar simples, também conhecido como dextrose, que é encontrado em muitos alimentos que consumimos, como frutas, vegetais e produtos à base de grãos. É a principal fonte de energia para as células do corpo e é essencial para o funcionamento adequado de órgãos vitais, como o cérebro.

A glicose desempenha um papel crucial em muitos processos do corpo, desde o fornecimento de energia para atividades físicas até o suporte às funções cognitivas. No entanto, níveis elevados de glicose no sangue, como ocorre na diabetes, podem levar a complicações sérias, como danos aos nervos, rins e olhos.

Portanto, é importante manter um equilíbrio saudável de glicose no sangue, o que pode ser alcançado através de uma dieta equilibrada, exercícios regulares e, em alguns casos, medicação.

Como a glicose é processada pelo organismo

Quando consumimos alimentos que contêm glicose, ela é absorvida pelo intestino delgado e entra na corrente sanguínea, elevando os níveis de glicose no sangue. 

Em resposta a isso, o pâncreas libera insulina, um hormônio que ajuda as células a absorver a glicose da corrente sanguínea e utilizá-la como energia.

O excesso de glicose é armazenado no fígado e nos músculos na forma de glicogênio, que pode ser quebrado e convertido em glicose quando o corpo precisa de energia adicional. Esse sistema complexo de regulação garante que os níveis de glicose no sangue sejam mantidos dentro de uma faixa saudável.

Qual o papel da irisina na homeostase da glicose

O estudo Physiology and role of irisin in glucose homeostasis analisou a fisiologia da irisina na homeostase da glicose.

Quando descrita pela primeira vez, a irisina apresentou aumento dos seus níveis circulantes clivada de sua precursora , a proteína FNDC5, reduzindo ligeiramente o peso de camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura com redução substancial dos níveis de glicose e insulina.

Em humanos, FNDC5 é altamente expressa no músculo esquelético e em outros órgãos que contêm músculos, mas sua expressão é baixa no pâncreas e no fígado.

Indivíduos obesos, sem diabetes mellitus (DM), apresentaram a síntese de FNDC5 e a secreção de irisina aumentadas no músculo, possivelmente na tentativa de maximizar a captação de glicose no músculo e prevenir a hiperglicemia.

Em adipócitos maduros, a irisina induz o aumento da expressão de GLUT4. Porém, permanece desconhecido se este aumento também está associado ao aumento da translocação de GLUT4 para maior captação de glicose no tecido adiposo.

Pode estimular a glicólise, uma vez que aumenta a secreção de lactato dos adipócitos maduros do tecido adiposo subcutâneo, provavelmente pela redução da respiração oxidativa através do desacoplamento nas mitocôndrias.

Além disso, se mostrou positivamente associada aos níveis circulantes de insulina e HOMA em indivíduos com tolerância normal à glicose, podendo agir na regulação da função das células β.

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Estudada em células endoteliais, a irisina mostrou inibição à apoptose induzida pela glicose e regulou positivamente a proliferação e a angiogênese.

Irisina parece ser um regulador promissor da homeostase da glicose, porém seu potencial uso como marcador preditivo de resistência à insulina, DM2 e síndrome metabólica necessidade de estudos prospectivos bem desenhados. O que você achou? Deixe seu comentário.

Referência:

Perakakis N, Triantafyllou GA, Fernández-Real JM, Huh JY, Park KH, Seufert J, Mantzoros CS. Physiology and role of irisin in glucose homeostasis. Nat Rev Endocrinol. 2017 Jun;13(6):324-337. doi: 10.1038/nrendo.2016.221. Epub 2017 Feb 17. PMID: 28211512; PMCID: PMC5878942.


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