O glúten é um ingrediente bastante comum na dieta diária e é um dos principais fatores ambientais envolvidos na indução da doença celíaca. A doença celíaca é uma doença autoimune que pode acometer indivíduos de todas as idades, geneticamente predispostos, que desenvolvem uma reação imune ao glúten. A adesão a uma dieta livre de glúten é um método eficaz para o tratamento da doença celíaca.
Doença celíaca e a sensibilidade ao glúten
Embora a doença celíaca afete principalmente o intestino delgado, suas manifestações clínicas são amplas, com sintomas intestinais e extraintestinais. Pacientes com doença celíaca possuem genes de suscetibilidade específicos (HLA-DQ2, HLA-DQ8), mas sua existência não é suficiente para desencadear a doença. Existem vários fatores que podem induzir o aparecimento da doença celíaca, entre eles fatores ambientais, genéticos e desequilíbrio imunológico.
Um dos principais fatores é o consumo do glúten. À medida que aumenta o consumo, a incidência de doenças autoimunes, como a doença celíaca, e alergias ao trigo aumentam gradualmente.
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O papel da microbiota
A microbiota desempenha um papel extremamente importante na manutenção da saúde humana. A dieta é o principal fator para regulação da composição e da função da microbiota intestinal.
Estudos recentes mostraram que o metabolismo do glúten está intimamente relacionado com a microbiota do trato gastrointestinal. Com o aumento da prevalência da doença celíaca, há necessidade de tratamentos complementares à adoção de uma dieta sem glúten.
Além do consumo de glúten, a disbiose da microbiota do trato digestivo pode ser outro fator ambiental desencadeante da doença celíaca. O equilíbrio entre a microflora intestinal e o corpo humano pode ser quebrado pela gliadina. Estudos afirmam que pacientes com doença celíaca apresentam alterações na microbiota do trato digestivo, com diminuição da abundância e da diversidade de bactérias benéficas e aumento dos patobiontes.
A gliadina causa disfunção da barreira intestinal, que leva ao crescimento excessivo e translocação de bactérias patogênicas intestinais, resultando em desequilíbrio da microbiota. Esse desequilíbrio ativa a resposta imune inflamatória regulando a célula B e a célula T, o que pode aumentar ainda mais a permeabilidade da mucosa intestinal, destruindo as células epiteliais intestinais e agravando a doença celíaca.
Uma relação complicada
A flora intestinal e o glúten têm uma relação bastante complexa, pois a doença celíaca causa o desequilíbrio da microbiota intestinal e, por outro lado, a flora intestinal anormal é um fator importante na indução da doença celíaca.
Embora a dieta sem glúten de longo prazo possa melhorar os sintomas dos pacientes celíacos, ainda existe disbiose da flora intestinal. Os estudo tem demonstrado que a combinação de uma dieta isenta de glúten e o uso de probióticos podem ser eficazes na redução dos sintomas da doença e está associada a uma modificação da microbiota intestinal, caracterizada por um aumento de bifidobactérias.
Referência
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