Herbicidas à base de glifosato (GBHs) são os pesticidas mais amplamente aplicados no mundo. O que pouco se sabe é sobre o quão perigoso estes podem ser para a fertilidade feminina.
Atualmente existem níveis alarmantes de sua contaminação em diferentes matrizes ambientais, como águas superficiais, subterrâneas, solo, poeira e ar.
Essa contaminação ambiental e alimentar pelo glifosato tem levantado preocupações sobre os efeitos na saúde de seres humanos e organismos não-alvo devido à potencial exposição crônica.
Estudos in vitro e in vivo⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Os estudos in vitro e in vivo mostraram que o glifosato e GBHs exibem propriedades semelhantes ao estrogênio. Evidências crescentes indicam que eles podem interromper a função endócrina normal, com consequências adversas para a saúde reprodutiva.
Os efeitos observados incluem desequilíbrio hormonal, proliferação/alterações do índice mitótico, desregulação de proteínas e genes envolvidos em vias endócrinas, estresse oxidativo, bem como disrupção epigenética, como alteração nos níveis de metilação do DNA e/ou modificações pós-tradução de histonas.
É importante ressaltar que mudanças epigenéticas se mostraram envolvidas em diversos processos patológicos, como o desenvolvimento de câncer e doenças neurodegenerativas.
Impactos comprovados para o sistema reprodutivo⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Também foi demonstrado que o GBH diminuiu a atividade da aromatase citocromo P450, que converte androgênios em estrogênio, com potenciais consequências negativas para o sistema reprodutivo.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Uma questão de particular preocupação em relação ao glifosato e GBHs é o efeito na prole e nas gerações subsequentes, tanto em animais quanto em humanos. Segundo dados atuais, a exposição pré e pós-natal precoce ao glifosato pode levar ao comprometimento do desempenho cognitivo e das funções comportamentais.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Muita atenção deve ser dada à saúde das mulheres antes da concepção e durante a gravidez, especialmente aquelas que podem estar expostas ocupacionalmente a níveis mais elevados do que a população em geral.
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