Entre os efeitos da cirurgia bariátrica estão as deficiências nutricionais após a maioria dos procedimentos bariátricos
A cirurgia bariátrica tem se destacado como uma poderosa ferramenta na jornada de muitas pessoas em busca de uma vida mais saudável e plena. Mais do que um simples procedimento para perda de peso, essa intervenção cirúrgica pode representar uma verdadeira transformação física e emocional para aqueles que lutam com a obesidade severa.
Desde a redução significativa de peso até melhorias dramáticas na saúde geral, os efeitos da cirurgia bariátrica são profundos e multifacetados, impactando não apenas o corpo, mas também a qualidade de vida e o bem-estar emocional dos pacientes. Neste artigo, você vai ler:
- Para quem a cirurgia bariátrica é recomendada;
- Como é feita uma cirurgia bariátrica;
- Efeitos da cirurgia bariátrica;
- Deficiências nutricionais após a cirurgia bariátrica.
Para quem a cirurgia bariátrica é recomendada
A cirurgia bariátrica é recomendada para indivíduos que têm um índice de massa corporal (IMC) muito elevado, geralmente acima de 40 kg/m², ou acima de 35 kg/m² se acompanhado de comorbidades graves como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono grave, entre outras condições relacionadas à obesidade.
Essa intervenção é considerada quando métodos não cirúrgicos de perda de peso, como dieta, exercícios e medicamentos, não foram eficazes.
Como é feita uma cirurgia bariátrica
A cirurgia bariátrica envolve diferentes técnicas, todas focadas na redução do tamanho do estômago para limitar a quantidade de alimentos que uma pessoa pode ingerir e, muitas vezes, também na modificação do sistema digestivo para alterar a absorção de nutrientes.
As técnicas mais comuns incluem:
- Bypass Gástrico: o cirurgião cria uma pequena bolsa no estômago e conecta diretamente uma parte do intestino delgado à bolsa, desviando assim a rota dos alimentos;
- Sleeve Gástrico: aqui, cerca de 80% do estômago é removido, deixando uma porção tubular (formato de manga) que limita a ingestão de alimentos;
- Banda Gástrica Ajustável: uma banda inflável é colocada ao redor da parte superior do estômago, criando uma pequena bolsa gástrica que limita a quantidade de alimentos ingeridos.
Efeitos da cirurgia bariátrica
Os efeitos da cirurgia bariátrica podem ser significativos e variam de acordo com o tipo de procedimento realizado, mas geralmente incluem uma perda de peso substancial. Ela ocorre nos primeiros meses após a cirurgia, com muitos pacientes perdendo 50% ou mais do excesso de peso em um período de 1 a 2 anos.
Também provoca a melhora ou remissão de condições médicas. Muitos pacientes experimentam uma melhora significativa ou até mesmo a remissão completa de condições associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, apneia do sono e doenças cardíacas.
Além disso, a cirurgia pode ter um impacto positivo na autoestima e na saúde mental dos pacientes, melhorando sua qualidade de vida geral. Após a cirurgia, os pacientes geralmente precisam de acompanhamento médico regular, incluindo ajustes na dieta, suplementação de nutrientes e monitoramento de possíveis complicações a longo prazo.
Em resumo, a cirurgia bariátrica não é apenas uma ferramenta para perda de peso, mas também um procedimento médico que pode transformar significativamente a saúde e o bem-estar de pessoas com obesidade severa e suas comorbidades associadas.
Deficiências nutricionais após a cirurgia bariátrica
Deficiências nutricionais são comuns após a maioria dos procedimentos bariátricos. No entanto, o mecanismo de má absorção depende muito do tipo de cirurgia bariátrica realizada. Isso foi investigado no estudo Malnutrition in obesity before and after bariatric surgery.
Durante a fase pós-operatória inicial, a maioria dos pacientes é submetida a uma dieta líquida rigorosa, não conseguindo consumir grandes quantidades de alimentos. Essa fase também pode ser complicada por vômitos prolongados. Esses fatores resultam em ingestão e absorção insuficiente de proteínas, causando desnutrição proteica.
Estima-se que 10% a 25% e 25 a 48% dos pacientes desenvolvam deficiência de cálcio ao final de 2 e 4 anos, respectivamente, enquanto 17 a 52% e 50 a 63% desenvolvem deficiência de vitamina D durante o mesmo período de tempo.
Sendo solúveis em água, as reservas limitadas de tiamina no corpo podem esgotar-se em questão de 2 a 3 semanas no caso de ingestão insuficiente ou má absorção. A deficiência de B12 pós-operatória está associada à redução da secreção do fator intrínseco devido à perda da mucosa contendo células parietais com a gastrectomia.
Os procedimentos cirúrgicos bariátricos resultam em absorção prejudicada de ferro dietético. Além disso, a absorção de cobre ocorre principalmente no duodeno, o que coloca em risco os pacientes submetidos à ressecção intestinal como parte de procedimentos de má absorção.
Ainda, a deficiência de zinco pode se instalar durante os estágios iniciais após os procedimentos bariátricos. Os níveis basais de selênio também ficam diminuídos no pós-operatório. Por conta de todas essas deficiências, a avaliação nutricional antes e depois dos procedimentos bariátricos é obrigatória e deve durar toda a vida.
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Os acompanhamentos a curto prazo consistem em evitar complicações decorrentes de deficiências nutricionais graves, enquanto os acompanhamentos a longo prazo devem prevenir consequências graves, como a desnutrição e a osteoporose. Qual sua experiência com bariátricos?
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