Na busca de alternativas naturais para lidar com os hormônios, muitas mulheres têm recorrido aos fitoterápicos na menopausa.

Para muitas mulheres, a menopausa é acompanhada por uma série de sintomas desconfortáveis, que vão desde ondas de calor e insônia até alterações de humor e ressecamento vaginal. No entanto, os fitoterápicos, ou medicamentos à base de plantas, têm ganhado cada vez mais destaque como alternativa natural para aliviar os sintomas da menopausa, oferecendo uma abordagem holística.
Neste artigo, você vai ler:
- O que é a menopausa;
- Como tratar a menopausa;
- O que são os fitoterápicos;
- Benefícios dos fitoterápicos;
- Fitoterápicos na menopausa: o que diz a ciência.
O que é a menopausa
A menopausa é um estágio natural na vida de uma mulher, marcando o fim do período reprodutivo. Geralmente, ocorre por volta dos 45 a 55 anos, embora a idade exata possa variar de mulher para mulher. Esse processo é caracterizado pela diminuição dos níveis hormonais, especialmente do estrogênio e da progesterona, que são essenciais para regular o ciclo menstrual.
Um dos sinais mais comuns da menopausa é a interrupção dos ciclos menstruais. No entanto, antes de alcançar esse estágio, muitas mulheres passam pelo que é conhecido como perimenopausa, período em que podem experimentar sintomas como ondas de calor, suores noturnos, alterações de humor, diminuição da libido e problemas de sono. A menopausa é diagnosticada quando uma mulher passa 12 meses consecutivos sem menstruar.
Embora seja uma transição natural, a menopausa pode afetar significativamente a qualidade de vida de algumas mulheres. Felizmente, existem várias opções de tratamento e estratégias para gerenciar os sintomas e promover o bem-estar durante esse período.
Como tratar a menopausa
O tratamento da menopausa visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher durante essa transição. Existem várias abordagens que podem ser consideradas, dependendo dos sintomas específicos e das preferências individuais de cada mulher.

Algumas opções de tratamento para a menopausa são:
- Terapia de Reposição Hormonal (TRH): consiste na administração de estrogênio, progesterona ou uma combinação dos dois para repor os hormônios que o corpo deixa de produzir durante a menopausa;
- Medicamentos não hormonais: podem ajudar a aliviar os sintomas, como antidepressivos, medicamentos anticonvulsivantes e alguns medicamentos utilizados para tratar a pressão arterial;
- Estilo de vida saudável: manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios regularmente e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem ajudar a reduzir os sintomas, além de promover a saúde geral.
- Terapias complementares: muitas mulheres encontram alívio dos sintomas da menopausa através de acupuntura, meditação, yoga e suplementos à base de ervas.
No contexto das terapias complementares, os fitoterápicos surgem como uma opção viável para o tratamento da menopausa.
O que são os fitoterápicos
Fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais, que possuem substâncias ativas capazes de promover benefícios à saúde.
O uso de plantas medicinais para tratar doenças é uma prática antiga, presente em diversas culturas ao redor do mundo. No entanto, com o avanço da ciência, tornou-se possível identificar e isolar os princípios ativos das plantas, permitindo a produção de medicamentos mais seguros e eficazes.
Os fitoterápicos podem ser encontrados em diversas formas, como chás, extratos, cápsulas e pomadas, e são utilizados para tratar uma ampla variedade de condições de saúde, desde problemas digestivos e respiratórios até distúrbios do sono e dores articulares.

É importante ressaltar que, embora sejam naturais, os fitoterápicos não estão isentos de efeitos colaterais e contraindicações. Por isso, é fundamental buscar orientação médica antes de iniciar qualquer tratamento com fitoterápicos, especialmente se estiver utilizando outros medicamentos ou se tiver alguma condição de saúde pré-existente.
Benefícios dos fitoterápicos
Os fitoterápicos oferecem uma série de benefícios para a saúde, o que tem contribuído para sua crescente popularidade. Além de tratar condições de saúde existentes, os fitoterápicos podem ser utilizados para prevenir o surgimento de doenças, fortalecendo o sistema imunológico e promovendo o equilíbrio do corpo.
Por serem derivados de plantas medicinais, as substâncias ativas dos fitoterápicos são encontradas na natureza. Isso pode torná-los uma opção atraente para aqueles que preferem tratamentos naturais e menos invasivos.
Muitas plantas medicinais possuem múltiplos compostos ativos, o que confere aos fitoterápicos uma ação terapêutica abrangente. Por exemplo, uma única planta pode ter propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e analgésicas, oferecendo benefícios para diferentes sistemas do corpo.
Além disso, em comparação com alguns medicamentos sintéticos, os fitoterápicos tendem a causar menos efeitos colaterais indesejados. Isso se deve, em parte, à sua origem natural e à presença de compostos que interagem de forma mais suave com o organismo.
Por fim, os fitoterápicos muitas vezes são utilizados como parte de uma abordagem holística para a saúde, que considera não apenas os sintomas da doença, mas também os aspectos físicos, emocionais e espirituais do indivíduo.
Fitoterápicos na menopausa: o que diz a ciência
O estudo Herbal Products Used in Menopause and for Gynecological Disorders buscou entender como o uso de algumas plantas pode aliviar os sintomas da menopausa e outros distúrbios ginecológicos.

O cohosh preto (Cimicifuga racemosa) apresenta evidências que apoiam a recomendação de seu uso para o tratamento dos sintomas da menopausa, inclusive em pacientes com distúrbios dependentes de hormônios. Estudos clínicos também apoiam o uso de extrato de isoflavona de trevo vermelho para mulheres que sofrem de sintomas da menopausa.
Por sua vez, os dados do feno-grego, usados com a intenção de ajudar nos sintomas da menopausa e na dismenorreia, são muito escassos para apoiar seu uso nessas indicações. No mesmo sentido, acredita-se tradicionalmente que o lúpulo tem forte atividade estrogênica, no entanto são necessários mais estudos clínicos de qualidade para determinar seu efeito nos sintomas da menopausa.
Já a árvore casta ou vitex agnus-castus L. são substâncias fitoterápicas utilizadas no tratamento da síndrome pré-menstrual e com evidências de que seu uso é eficaz e seguro, tanto na para tratar síndrome pré-menstrual quanto transtorno disfórico pré-menstrual.
A pesquisa apontou que parece haver uma possível conexão entre síndrome pré-menstrual, níveis de prolactina, prostaglandinas e ácido y-linolênico que é precursor da prostaglandina E1.
Por fim, o óleo de oenothera (prímula), cujo mecanismo de ação é atribuídos aos efeitos do ômega 6 na síntese de prostaglandinas, citocinas e mediadores de citocinas, tem sido usado no alívio da síndrome pré-menstrual e mastalgia. No entanto, seus benefícios no tratamento da síndrome pré-menstrual parecem estar no nível do efeito placebo.
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