Evidências apontam diferença na composição da microbiota intestinal de indivíduos eutróficos e obesos e sugerem que o microbioma interfere no processo de sobrepeso e obesidade.

Há uma associação da obesidade com a disbiose que altera a absorção de nutrientes no intestino e o favorece aumento da gordura corporal, tornando o microbioma um importante fator envolvido na regulação do peso corporal e de doenças associadas à obesidade.
Neste artigo, vamos explorar:
- Obesidade: Um Desafio para a Saúde e Qualidade de Vida
- Microbiota Intestinal Humana
- Qual a Relação da Obesidade com a Microbiota Intestinal?
- Restauração da Microbiota Intestinal
Obesidade: Um Desafio para a Saúde e Qualidade de Vida
A obesidade é uma doença crônica, progressiva, definida pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, podendo ter como consequência várias implicações à saúde a médio ou longo prazo

Devido a sua complexidade e por desenvolver diversas doenças no ser humano, a obesidade deve ser reconhecida e tratada como uma enfermidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (Abeso, 2012), em 2012 a obesidade estava associada à morte de 2,8 milhões de pessoas e 12% da população mundial são considerados obesos.
Hoje, nos Estados Unidos (EUA), um em cada três adultos é obeso. No Brasil, a prevalência de obesos atingiu, entre 2008 e 2009, cerca de 10% da população. Estima-se que em 2025 esse índice atingirá 20% (Andrade et al., 2015).
Evidências recentes têm sugerido o envolvimento da microbiota intestinal na regulação energética e no processo inflamatório, sendo um fator ambiental relacionado à fisiopatologia da obesidade.
Microbiota Intestinal Humana
A microbiota intestinal humana é composta de aproximadamente 100 trilhões de bactérias envolvendo mais de mil espécies e relação de simbiose com o organismo. Ela auxilia e contribui para o metabolismo de forma geral, exercendo importante função em converter o alimento em nutrientes e energia
Na microbiota contém uma variedade de microorganismos vivos que colonizam o intestino, e seu desenvolvimento acontece ao longo do ciclo de vida (desde o nascimento até a vida adulta) e é determinado pela interação entre fatores genéticos, a quantidade e tipo de alimentos ingeridos, o estilo de vida e o uso de antibióticos.
Com isso, a microbiota intestinal vem sendo considerada um importante fator envolvido na regulação do peso corporal e de doenças associadas à obesidade.
Qual a relação da Obesidade com a Microbiota Intestinal?
A composição da microbiota intestinal está entre os fatores que podem influenciar a absorção de calorias pelo organismo.
Nesse contexto, o intestino foi reconhecido como um elemento-chave no controle do peso corporal e do equilíbrio energético, podendo contribuir para o desenvolvimento da obesidade
Estudos indicam que a microbiota intestinal de indivíduos obesos difere significativamente da de pessoas magras, apresentando uma maior concentração de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC).
Além disso, pesquisas mostram diferenças na composição dos principais filos bacterianos, Firmicutes e Bacteroidetes, entre obesos e não obesos. Indivíduos obesos tendem a ter um aumento expressivo na população de Firmicutes e uma redução nos Bacteroides.

A relação entre esses filos na microbiota intestinal é de aproximadamente 70/20 em indivíduos não obesos, enquanto em obesos pode chegar a 85/5.
A influência da microbiota intestinal no metabolismo energético e na obesidade tem sido amplamente investigada
Além do impacto na regulação do peso, a composição da microbiota pode afetar a permeabilidade intestinal, um fator relevante no desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas, como síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e colite ulcerativa.
Restauração da Microbiota Intestinal
O uso de prebióticos e probióticos ou uma combinação de ambos podem afetar diretamente a composição da microbiota.
Uma dieta rica em fibras é importante para a diversidade da microbiota e uma dieta pobre em vitaminas e minerais pode levar a alterações na composição e na função da microbiota intestinal.
O transplante de microbiota fecal pode ser uma alternativa de restauração da microbiota intestinal alterada e tem demonstrado grande potencial no tratamento de patologias.
Entretanto, as bactérias não são o fator determinante para o desenvolvimento da obesidade, visto que esta engloba outros fatores, como alimentação, estilo de vida e estratégias individualizadas para cada organismo.
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Mais estudos acerca da microbiota intestinal e sua relação com a obesidade são necessários e podem auxiliar o profissional da saúde a ter uma conduta mais assertiva no tratamento dessa doença.
Você sabia dessa diferença de composição do microbioma de obesos e eutróficos?
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