Síndrome Metabólica e Osteoartrite

Evidências revelam uma correlação bioquímica entre o eixo microbióta-Síndrome Metabólica(SM) e osteoartrite (OA).

OA é uma doença degenerativa articular associada a uma inflamação sistêmica crônica de baixo grau. SM é responsável pela liberação de diversas citocinas inflamatórias, especialmente o aumento da adipocina na obesidade, causando um estado inflamatório crônico de baixo grau que altera a homeostase articular.

O que é Osteoartrite (OA)

Osteoartrite (OA) é uma doença degenerativa articular associada a uma inflamação sistêmica crônica de baixo grau. O desenvolvimento da doença é mediado pelo desequilíbrio nas citocinas e expressão enzimática que afetam a integridade do tecido articular.

Tradicionalmente, a OA tem sido explicada por uma inflamação local da articulação, onde a associação entre obesidade e desenvolvimento de OA tem sido explicada por um fator mecânico derivado de um estresse mecânico nas articulações causado pelo excesso de peso do indivíduo.

Síndrome Metabólica

Um novo fenótipo de OA, denominado OA metabólica ou OA associada à síndrome metabólica, foi definido como um desenvolvimento de OA mediado por SM e obesidade. Estimou-se que a OA associada à síndrome metabólica representa 60% da população de pacientes com OA.

O mecanismo molecular que conecta a SM com a OA é complexo e ainda não completamente claro. Obesidade, diabetes, dislipidemia e hipertensão estão ligados ao desenvolvimento da OA.

O estado de inflamação sistêmica crônica de baixo grau, bem como a liberação de adipocinas, parecem ser fatores-chave no desenvolvimento da OA derivada da obesidade, onde uma contribuição importante da disbiose da microbiota induzida pela dieta também pode ser responsável pelo desenvolvimento deste subgrupo de OA.

Relação Entre Dieta, Glicemia e Resistência à Insulina

A ingestão de lipídios séricos elevados, juntamente com uma dieta rica em carboidratos de alto índice glicêmico, pode levar à disfunção da homeostase da glicose, resultando em resistência à insulina.

A resistência à insulina, por sua vez, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 (DM2), uma condição metabólica que agrava o processo inflamatório e contribui para a degeneração articular observada na osteoartrite.

A hiperglicemia causa aumento dos níveis de glicose nos condrócitos, bem como AGE na cartilagem e osso subcondral. O estado inflamatório é aumentado pela endotoxemia derivada da disbiose da microbiota, juntamente com a inflamação promovida pelo estresse oxidativo e resistência à insulina

Além disso, a resistência à insulina causa hipertensão, gerando ateromatose subcondral e, então, isquemia.  

Estresse Oxidativo 

Os eventos inflamatórios derivados, juntamente com as consequências do estresse oxidativo gerados pela SM, causam o desequilíbrio das estruturas articulares, gerando uma degradação articular e, então, OA. 

Estudos ainda sugerem que a composição da microbiota afeta a homeostase óssea, onde uma abundância de micróbios intestinais específicos, como Lentispherea, foram negativamente associados à OA.

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Quando os padrões de ingestão são considerados, as dietas ricas em gordura, açúcares livres ou com índice hiperglicêmico promovem  sobrepeso, dislipidemia, obesidade, hiperglicemia e DM2 são também associadas ao maior risco de desenvolvimento de OA. 
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Referência:

Mukherjee A, Breselge S, Dimidi E, Marco ML, Cotter PD. Fermented foods and gastrointestinal health: underlying mechanisms. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2024 Apr;21(4):248-266. doi: 10.1038/s41575-023-00869-x. Epub 2023 Dec 11. PMID: 38081933.

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